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Quando olhamos para o cenário político de Terra Nova nas eleições de 2020, o então vereador Eder de Nilda pelo, filiado ao Cidadania naquela época, parecia estar começando sua jornada como prefeito com uma base de apoio relativamente tímida. Com apenas dois vereadores aliados — Batata do Esporte e Jau de Jason (ambos também do Cidadania) —, sua vitória nas urnas foi mais um primeiro passo do que uma chegada triunfal. Do outro lado, nomes tradicionais como Neide de Paizinho, que já tinha sido prefeita e vereadora por dois mandatos, e vinha com uma base mais robusta, além de Humbertinho e Régis do PT, completavam o tabuleiro eleitoral com apoios dispersos e variados. O que poucos poderiam prever é que esse panorama se transformaria completamente nas eleições de 2024.
Hoje, observando o resultado dessas últimas eleições, realizadas no domingo (6), é impossível não notar o salto impressionante de Eder de Nilda. Ele não apenas se consolidou politicamente, como também conseguiu uma reeleição avassaladora com 74,15% dos votos, o que equivale a 6.127, ou seja, quase o dobro dos votos obtidos em 2020 (3115). A pergunta que não quer calar é:
“Como Eder de Nilda transformou uma base tímida de dois vereadores em 2020, em um bloco de apoio com nove cadeiras na Câmara Municipal nas Eleições 2024?”
Para entender essa mudança drástica, precisamos mergulhar fundo na dinâmica dos últimos quatro anos e analisar a dança das cadeiras no legislativo terranovense.
Em 2020, o resultado eleitoral mostrava uma fragmentação clara. Neide de Paizinho, que vinha com o peso de buscar a reeleição, conseguiu eleger quatro vereadores que, inicialmente, formavam um bloco de oposição: Jaci da Saúde, Laércio Xangó, Arerê e Enfermeira Geisa. Humbertinho, mesmo ficando em terceiro no pleito, ainda conseguiu eleger três nomes para a Câmara. Já Régis do PT não conseguiu espaço nem para ele nem para seus aliados.
No entanto, algo aconteceu ao longo do tempo que favoreceu Eder de Nilda. Aquele cenário de aparente desvantagem política se reverteu completamente, e Eder conseguiu costurar alianças de maneira estratégica e eficaz, virando o jogo ao seu favor. O que era antes uma oposição sólida foi se desintegrando aos poucos, e isso se refletiu diretamente nos resultados das urnas em 2024.
Marcos Rios, Wilson do Micro, Passinho, Arerê e Enfermeira Geisa, que eram figuras associadas a uma oposição ou ao campo de Humbertinho, acabaram se alinhando à base de apoio de Eder. Esses movimentos foram essenciais para solidificar o bloco de sustentação ao prefeito, ao lado de figuras já aliadas, como Batata do Esporte. A adesão de nomes importantes ao seu projeto político foi um claro sinal de que Eder de Nilda sabia jogar o jogo da política, conquistando apoios estratégicos e fortalecendo sua hegemonia.
Olhando para os adversários, a situação é bem diferente. Neide de Paizinho, que era uma das grandes forças de oposição e que já teve a confiança do eleitorado para governar Terra Nova, viu seu espaço político se esvaziar de forma dramática. De uma candidata que em 2020 ainda conseguia mobilizar um número significativo de votos e eleger aliados, ela passou para uma posição fragilizada, com apenas 12,44% dos votos em 2024, ficando bem atrás da sua marca anterior, com apenas 1.028, ante aos 2.396 conquistados no último pleito municipal.
O vereador Jau de Jason, que inicialmente estava no palanque de Eder em 2020, decidiu virar oposição e lançar-se como candidato a prefeito em 2024. Ele trouxe consigo Jaci da Saúde, mas a estratégia não foi suficiente para alcançar uma posição relevante frente ao poderio de Eder de Nilda. Essa troca de lado política de Jau e a sua tentativa de se posicionar como um nome de oposição foram um tanto quanto mal calculadas, considerando a força e a popularidade que Eder vinha ganhando ao longo dos anos.
Ao analisar os números e os movimentos políticos, fica claro que Eder de Nilda não apenas manteve, mas ampliou significativamente sua base, em parte devido à fragmentação e enfraquecimento de seus adversários. Os votos que em 2020 foram para Humbertinho e parte dos votos de Neide parecem ter migrado para Eder, consolidando ainda mais sua liderança. Sua capacidade de transformar rivais em aliados, de converter dissidências em apoio, demonstra uma habilidade política rara em líderes municipais.
Esse avanço político de Eder de Nilda em 2024 não é apenas uma vitória numérica; é a confirmação de sua ascensão como uma figura central na política de Terra Nova. Ele conseguiu transformar um início aparentemente desfavorável em uma reeleição avassaladora, com uma Câmara de Vereadores dominada por seus aliados. Mesmo os partidos dos seus adversários, que antes tinham representantes relevantes, viram seus membros sucumbirem ao projeto político de Eder.
Portanto, podemos dizer, sem sombra de dúvida, que Eder de Nilda soube jogar as cartas certas no momento certo. Ele captou os sinais de uma mudança de ventos no cenário político local e ajustou suas velas de acordo. Sua trajetória de 2020 para 2024 é um exemplo claro de como a política é dinâmica e como alianças podem se reconfigurar a cada novo ciclo eleitoral. Quem diria que aquele prefeito que começou sua gestão com uma base reduzida, hoje se tornaria o nome mais forte e hegemônico de Terra Nova?
A política é feita de articulação, persuasão e, acima de tudo, de leitura precisa do cenário. Eder de Nilda mostrou que não só sabe ler esse cenário, mas também influenciá-lo, moldá-lo e conquistar seu espaço. Terra Nova, ao que tudo indica, escolheu o seu líder para um novo ciclo, e os desafios da oposição agora são ainda maiores. Resta saber como os adversários irão reagir a esse novo tabuleiro, onde as peças e as jogadas, pelo menos por enquanto, estão todas a favor de Eder de Nilda.
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